Foto: Wikimedia Commons
O governo do estado de Vitória, na Austrália, está no centro de uma controvérsia internacional após autorizar o abate de mais de 700 coalas por atiradores de elite em helicópteros no Parque Nacional Budj Bim. A medida, justificada como “eutanásia emergencial” pós-incêndios florestais, divide especialistas e mobiliza entidades de proteção animal.
Por que os coalas estão sendo sacrificados?
- Cenário pós-incêndio: Em março, chamas destruíram 20% do parque (2 mil hectares), deixando animais feridos e sem alimento.
- Superpopulação local: A área abrigava uma concentração anormal de coalas devido a plantações de eucalipto no entorno.
- Protocolo estadual: O plano de manejo de desastres prevê eutanásia quando animais têm:
✔ Queimaduras em >15% do corpo
✔ Perda de membros ou cegueira
✔ Danos pulmonares por inalação de fumaça
Os pontos críticos da operação
- Método questionado: Atiradores em helicópteros não conseguem avaliar a real condição de cada animal antes do disparo.
- Alternativas ignoradas: ONGs sugeriam suplementação alimentar com folhas de eucalipto até a recuperação da floresta.
- Falta de transparência: A ação foi realizada sem divulgação prévia, levantando suspeitas sobre sua real necessidade.
Reações internacionais
- Koala Alliance: Classificou a medida como “desprezível e cruel“, destacando riscos de ferimentos não letais.
- Lista Vermelha da IUCN: Coalas já são classificados como vulneráveis à extinção, o que amplia a preocupação.
- Defesa do governo: A primeira-ministra Jacinta Allan afirmou que a eutanásia buscou “evitar sofrimento prolongado“.
O paradoxo da conservação
Enquanto coalas desaparecem em outras regiões da Austrália, Vitória enfrentava uma superpopulação localizada – agora agravada pela seca e incêndios. O caso expõe o dilema entre:
- Ética animal: Mortes rápidas vs. sofrimento por fome/ferimentos
- Gestão ecológica: Intervenção humana vs. regeneração natural