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A influenciadora digital Virginia Fonseca foi ouvida nesta terça-feira (13) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado Federal. Convocada como testemunha, Virginia respondeu a questionamentos sobre sua participação em campanhas de marketing para casas de apostas online. Ela negou qualquer cláusula contratual que vinculasse seu pagamento à perda de dinheiro dos usuários, a chamada “cláusula da desgraça”.
A influenciadora, que acumula mais de 50 milhões de seguidores nas redes sociais, afirmou que sempre alertou seu público sobre os riscos das apostas. Segundo ela, seus conteúdos destacavam que menores de 18 anos não devem acessar essas plataformas e que os jogos envolvem risco de perda. “Sempre deixei claro que é um jogo. Não incentivo ninguém a apostar para mudar de vida”, declarou.
Durante o depoimento, Virginia negou que seu contrato com a empresa Esportes da Sorte envolvesse comissões com base nas perdas dos usuários. Ela explicou que o bônus citado em reportagens antigas dependia apenas do aumento do lucro da empresa, e que nunca chegou a recebê-lo.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, destacou que há indícios de que alguns influenciadores recebiam porcentagens sobre o prejuízo de apostadores. Ela afirmou que tais práticas podem configurar um grave problema de saúde pública. “As bets não foram criadas para o apostador ganhar”, criticou.
Ao longo da sessão, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) causou polêmica ao elogiar Virginia como “geradora de riqueza” e tirar uma foto com a influenciadora. A atitude foi repreendida pelo presidente da CPI, dr. Hiran (PP-RR), que alertou para a seriedade do trabalho da comissão.
O depoimento de Virginia faz parte de uma série de oitivas da CPI com influenciadores. A comissão pretende entender a estratégia de marketing das casas de apostas e avaliar a necessidade de regulamentação da atuação de celebridades digitais nesse setor. Ainda esta semana, devem depor o influencer Rico Melquiades e a advogada Adélia Soares.
Instalada em novembro, a CPI tem até junho para encerrar os trabalhos. O colegiado apura a influência das apostas online no orçamento das famílias brasileiras, possíveis vínculos com organizações criminosas e o papel dos influenciadores na divulgação desses serviços.
