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O influenciador digital Rico Melquíades, conhecido por vencer A Fazenda 13 em 2021, afirmou à CPI das Apostas que nunca utilizou contas “demo” — versões de demonstração — para divulgar plataformas de jogos online. Em depoimento realizado nesta quarta-feira (14) no Senado Federal, ele alegou que as contas eram fornecidas pelas próprias empresas contratantes e que não se tratavam de simulações enganosas.
“Eu sei o que é uma conta demo, mas nunca utilizei. É uma conta real, não fictícia. Quem contrata é quem manda o login e a senha”, declarou o influenciador.
Contas “demo” são ferramentas utilizadas por plataformas de apostas para permitir que criadores de conteúdo simulem jogadas com altos ganhos — mas sem usar dinheiro real. O objetivo é atrair usuários, mas há críticas de que isso induz falsamente ao lucro fácil, mascarando os reais riscos do jogo.
Durante a oitiva, Rico também fez questão de destacar que sua renda não depende exclusivamente da publicidade de apostas. Segundo ele, os valores que recebe são provenientes de contratos de publicidade e do prêmio milionário conquistado em reality shows.
“O meu dinheiro nunca veio só dos jogos. Ganhei R$ 1,5 milhão na Fazenda e fiz muitas publicidades depois disso”, disse.
Quem é Rico Melquíades
Nascido em Maceió (AL), Luiz Ricardo Melquíades Santiago iniciou sua carreira nas redes sociais em 2018, com vídeos de humor ao lado de familiares. Ganhou notoriedade nacional com sua participação em De Férias com o Ex: Celebs 2 e, logo depois, se consagrou como o vencedor de A Fazenda 13.
Apadrinhado inicialmente por Carlinhos Maia, Rico teve rápida ascensão nas redes sociais e passou a ser requisitado para campanhas publicitárias de marcas diversas — inclusive de casas de apostas online.
Sua convocação para a CPI ocorreu após ser alvo da operação Game Over 2, da Polícia Civil de Alagoas, que investiga a promoção irregular de jogos de azar por influenciadores digitais. Na operação, foram apreendidos celulares, veículos e bloqueadas contas bancárias.
O que diz a CPI das Apostas
A senadora Soraya Thronicke, presidente da CPI, justificou a presença de Rico como “essencial” para entender os mecanismos por trás das campanhas de apostas ilegais e o impacto social desse tipo de conteúdo, principalmente entre o público mais jovem e vulnerável.
A investigação segue apurando os vínculos entre plataformas de apostas e figuras públicas, que muitas vezes são utilizadas para validar a segurança de jogos que operam à margem da legislação brasileira.