Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos, foi diagnosticado com um câncer de próstata em estágio avançado, com metástase nos ossos. A informação foi confirmada neste domingo (18) por seu gabinete, que classificou o caso como uma forma agressiva da doença.

Segundo o comunicado, Biden recebeu a pontuação 9 no escore de Gleason — uma escala usada para avaliar o grau de agressividade do câncer de próstata, sendo 10 o nível mais elevado. O diagnóstico veio após exames realizados na última semana, motivados por sintomas urinários e a identificação de um pequeno nódulo.

Apesar da gravidade, a equipe médica avalia que o câncer responde bem à terapia hormonal, o que pode favorecer um tratamento eficaz. O ex-presidente e sua família ainda estão analisando as opções de cuidado junto aos profissionais de saúde.

O câncer de próstata afeta a glândula responsável pela produção de parte do sêmen e, por envolver a uretra, pode interferir na micção. Normalmente, a doença evolui de forma lenta e, em muitos casos, não apresenta sintomas nas fases iniciais.

Histórico de saúde e política

Com 82 anos, Biden encerrou seu mandato sendo o presidente mais velho da história dos Estados Unidos. Durante seu governo, sua idade frequentemente foi tema de questionamentos, especialmente após um desempenho considerado fraco em debate com Donald Trump em junho de 2024 — episódio que evidenciou sinais de cansaço e confusão em suas falas. Poucos dias depois, ele afirmou estar resfriado e exausto.

Além disso, exames médicos anteriores apontaram a presença de neuropatia periférica nos pés, condição que pode causar dormência e formigamento. Em 2021, ele havia removido um pólipo potencialmente pré-canceroso do cólon, e em 2023, tratou uma lesão de pele identificada como carcinoma.

Durante sua presidência, Biden lançou a “missão contra o câncer”, um programa ambicioso com a meta de reduzir pela metade a mortalidade causada pela doença nas próximas décadas. A pauta era pessoal: seu filho mais velho, Beau Biden, faleceu em decorrência de um câncer cerebral.

Saída da corrida presidencial

Em julho de 2024, Biden anunciou que abriria mão da tentativa de reeleição, apoiando sua então vice-presidente Kamala Harris como sucessora — embora ela tenha sido derrotada nas eleições por Donald Trump.

Na ocasião, Biden declarou que, apesar do desejo de continuar, considerava mais prudente focar nos compromissos finais de seu mandato. A decisão veio após forte pressão do Partido Democrata e de setores do eleitorado, que passaram a questionar sua capacidade física e mental para um segundo mandato.

Donald Trump, atual presidente e rival político, comentou a desistência dizendo que Biden “nunca esteve apto para exercer a presidência” e que pessoas próximas ao democrata teriam ignorado os sinais de declínio.